Pensar na vida das coisas não implica apenas em pensar nas transações comerciais, consumo e troca. Os objetos permanecem nas nossas vidas e carregam sentidos que vão muito além daqueles que um dia tiveram, quando comprados, ganhados ou encontrados. Isso significa que a biografia das coisas pode acompanhar nossa própria biografia, e quando objetos passam por determinados momentos, por certas mãos, lugares ou participam de eventos conosco, são capazes de carregar consigo lembranças, recordações e memórias. Sentimentos nossos depoistados nas coisas materiais. Um livro, um amuleto, uma fotografia, um caderno de anotações...são coisas vivas carregadas de significados sociais e sentimentais, são como uma ponte, uma passagem para as memórias e as sensações. O cinema de Krzysztof Kieślowski, especialmente a "Trilogia das Cores" tem um pouco dessa dimensão, onde sentimentos humanos são depositados em coisas não-humanas, o lustre, o colar, a moeda, os animais demonstram a pujança da recordação. São símbolos de laços estabelecidos, laços afetivos humanos compartilhados com coisas materiais.
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