Imagem: Paul Klee
Nessa semana (buscando aliviar a tensão da proximidade de minha defesa de mestrado) li um artigo muito recente do Tim Ingold (2010), sobre a vida e a materialidade: "bringing things to life: creative entanglements in a world of materials". Fiquei absolutamente impressionada pela discussão acertiva e teórica desse autor sobre o lugar das coisas, tanto no mundo como na teoria antropológica.
Ingold começa por abordar o pintor Paul Klee (a imagem de uma de suas obras ilustra esse post), quem afirma que " as formas são o fim, a morte, a formação é movimento, ação, a vida". Para ele, "a arte não reproduz o visível, mas torna visível". E assim começa uma discussão interessantíssima sobre a materialidade (com farpas para Daniel Miller), sobre a agência (com farpas para Gell) e sobre as redes (pois é, sobrou até para o Latour).
O propósito de seu artigo, segundo afirma Ingold, é trazer de volta à vida um mundo efetivamente assassinado no pronunciamento de alguns teóricos, sua argumentação passa por 5 componentes fundamentais:
Objetos e coisas
Vida e agência
Material e materialidade
Improvisação e abdução
Network e Meshwork
O autor insiste que o mundo é habitado por coisas e não por objetos, fazendo uma distinção muito clara e convincente acerca dessa diferenciação. Busca estabelecer, assim, aquilo que entende por VIDA, de modo que a ênfase na agência material é consequência de uma redução das coisas em objetos.
As coisas são vivas, reforça ingold, e a vida é um ambiente inerente à circulação de materiais que continuamente dão forma às coisas, assim como, à sua dissolução.
Deixo aqui a dica deste belo artigo e, claro, o link para seu acesso:
Boa leitura!