Depois de um período distante (5 disciplinas + trabalho de campo + congresso + muitas atividades), espero atualizar com mais frequencia o blog nesse semestre!
Escrevo, dessa vez, para lembrar da visita de Tim Ingold ao Brasil. Sua presença acontecerá entre os dias 03 e 06/10, na UFMG, Campus Pampulha, com a seguinte programação:
04/10: 14 hs Conferência: Making growing learning: Against transmission Auditório Neidson Rodrigues – FAE
05/10: 17:30 hs Conferência: Making growing learning: For enskilment Auditório da Escola de Música
06/10: 09 hs Grande Conferência Designing Environments for Life Auditório Sônia Viegas – FAFICH
06/10: 19 hs Exibição do filme “La chasse au lion" de Jean Rouch (1964) Comentário por Tim Ingold. Sala Humberto Mauro (Palácio das Artes).
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Aproveito para escrever algumas linhas sobre seu novo livro LINES.
A obra busca demonstrar como as artes visuais, em particular a dança, a música e a cultura material de modo geral, podem ser pensadas através de linhas, mais detidamente, através da relação entre as linhas e as superfícies onde são inscritas. Logo, a questão desdobra-se para o questionamento acerca da dicotomia entre tecnologia e arte, o que rapidamente nos encaminha para outras separações importantes - e que particularmente me interessam - como, por exemplo, entre dádiva e mercadoria e entre produção capitalista vrs. saberes tradicionais. Ingold nos dirá "toda coisa é um parlamento de linhas" e esse parlamento nos permite observar a relação entre pessoas e coisas por meio das diferentes e imbricadas linhas a partir das quais ambas são feitas.
Linhas são também raízes, rizomas, fios, teias que conectam entidades e trajetos, vidas e ambiente. Para Ingold a antropologia das linhas deve ser entedidas como um caminho aberto, labiríntico, capaz de aproximar xamã e cirurgião, tramas e escritas, possibilitando o entendimento da vida sem o confinamento dos pontos, mas como um processo que se dá ao longo de infinitas linhas.