"O casaco de Marx: roupas, memória, dor"
Num texto poético e comovente, Peter Stallybrass nos faz pensar sobre nossa relação com as roupas e com as coisas em geral. Através das idas e vindas do casaco de Marx, Stallybrass nos faz refletir sobre as complexas relações entre as coisas como objetos de uso, como objetos aos quais imprimimos nossas marcas, como objetos que carregam nossa memória, e as coisas como mercadorias - precisamente o problema de Marx em O Capital
"Antropologia do Ciborgue: As vertigens do pós-humano"
O ciborgue nos força a pensar não em termos de “sujeitos”, de átomos ou de indivíduos, mas em termos de fluxos e intensidades. O mundo não seria constituído, então, de unidades (“sujeitos”) de onde partiriam as ações sobre outras unidades, mas, inversamente, de correntes e circuitos que encontram aquelas unidades em sua passagem. Integre-se, pois, à corrente. Plugue-se. A uma tomada. Ou a uma máquina. Ou a outro humano. Ou a um ciborgue. Eletrifique-se. O humano se dissolve como unidade.
Deixo ainda, à vocês, uma anedota de Paul Auster:
Um amigo andava desesperadamente atrás de um livro que queria muito, mas não conseguia encontrar em lugar algum. Após meses de busca, passeando pela Grand Central Station, em Nova York, avista uma moça que lia exatamente o cobiçado livro. Aborda-a, conta que andava atrás do livro e pergunta onde poderia encontrá-lo. Ela diz que o livro é maravilhoso. "É para você", disse. "Mas é seu", disse ele. "Era", respondeu ela, "terminei de lê-lo. Vim aqui hoje para dá-lo a você".